O governador interino Otaviano Pivetta (Republicanos) afirmou nesta terça-feira, 22 de novembro, que não vê necessidade de pedir o apoio da Força Nacional de Segurança para a desobstrução de rodovias em Mato Grosso. A sugestão de uso da Força Nacional foi feita pela Procuradoria-Geral da República na segunda (21), após a onda de atentados violentos contra caminhoneiros no estado.
Na manhã desta terça, as forças de segurança do Estado entraram em ação junto com a PRF e conseguiram, em poucas horas, desmantelar os pontos de bloqueio que persistiam desde a última sexta-feira, 18, em várias cidades de Mato Grosso.
“Nós avaliamos que o Estado de Mato Grosso tem força. A PRF tomando iniciativa, o Estado de Mato Grosso tem força organizada para apoiar e cuidar do nosso território. Nós somos uma sociedade organizada, podemos cuidar do nosso território e vamos fazer isso”, disse Pivetta, em coletiva de imprensa no Palácio Paiaguás.
“Por hora, achamos desnecessária a convocação da Força Nacional. Somos um Estado autônomo e estamos organizados. Temos hoje forças policiais organizadas e preparadas”, emendou.
Pivetta também rebateu as críticas quanto à demora na ação das forças policiais para desfazer os bloqueios de rodovias. O governador interino afirmou que considera as manifestações legítimas, desde que se mantenham pacíficas e ordeiras. Ele também explicou que o Estado aguardava uma iniciativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para atuar nas rodovias.
“Mato Grosso não demorou para agir. Nós permitimos toda e qualquer manifestação democrática e legal. A partir do momento que tem qualquer ilegalidade, o Estado atuou novamente”, afirmou.
“Manifestação pacífica, ordeira, a gente respeita. Partiu para baderna, a gente vai pra cima com as nossas forças de segurança. Foi o que foi feito”, enfatizou.
Ocorre que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou como ilegais e antidemocráticas as manifestações que contestam o resultado das urnas e pedem golpe de Estado para impedir que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assuma o mandato.
A nova onda de manifestações foi deflagrada após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar o bloqueio das contas de 43 pessoas e empresas suspeitas de financiar essas manifestações.