Estadão Mato Grosso
O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), comentou a denúncia de uma servidora pública que relatou descontos mensais de R$ 1 mil em sua folha de pagamento desde 2022, relacionados ao suposto escândalo dos consignados. Para o parlamentar, causa estranheza o fato de a denúncia só ter vindo a público agora.
"É muito prematuro falar isso [sobre envolvimento de agentes do Governo]. Eu sou reticente em falar, porque, como você aceita descontos de mil reais desde 2022? É no mínimo estranho", disse Russi. "Eu, na minha conta bancária, se sair R$ 10 reais eu vou querer saber o porquê o banco está descontando, porque o banco é ligeiro. Se você deixar, todos os meses eles inventam uma taxa para tirar um dinheiro seu. A gente tem que acompanhar", completou.
O parlamentar aponta que o valor é significativo, levando em conta o salário da servidora.
"Agora, retirar mil reais... Eu não sei quanto ela ganha, mas deve ser R$ 15, R$ 20 ou R$ 30 mil, no máximo. Pô, mil reais é bastante dinheiro. Como é que você vai aceitar? Desde 2022, e estamos em 2025?!", questionou.
Apesar disso, Max diz que não está duvidando da servidora, apenas acredita que providências deveriam ter sido tomadas anteriormente. "Eu não aceitaria", completou.
"Esperamos que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) faça as averiguações, chegue ao cerne do problema e nos mostre o que será feito", comentou.
Russi também lembrou que a Assembleia Legislativa já realizou uma CPI sobre o tema, cujos encaminhamentos, segundo ele, não foram seguidos. O deputado finalizou dizendo que o caso será discutido entre os parlamentares e criticou a postura do secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra.
"O secretário Basílio foi omisso. Este é um ponto de falhas, e os demais pontos de falhas estarão dependendo das análises do TCE", concluiu.
POUCAS DENÚNCIAS
O delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Rogério da Silva Ferreira, afirmou em coletiva realizada pela Polícia Civil na última quarta-feira (28) que não foram registrados sequer cinco boletins de ocorrência por parte de servidores que alegam ter sido lesados por empréstimos consignados.
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