O deputado estadual Wilson Santos (PSD) fez uma grave acusação sobre os empréstimos consignados na manhã desta quarta-feira, 28 de maio. O parlamentar afirmou que o Estado de Mato Grosso fica com o percentual de 7,8% sobre os empréstimos consignados contratados pelos servidores públicos. A jornalistas, Wilson afirmou já ter confirmado a informação.
“Até o Estado ganha dinheiro em cima dos empréstimos consignados aos servidores. A MT Desenvolve mais o Fundo de Desenvolvimento (Fundesp), juntos, tiram desses empréstimos 7,8%... quer dizer, até o Estado pratica agiotagem contra os servidores”, afirmou.
Segundo Wilson, a MT Desenvolve fica com 4,8% do valor e o Fundesp, com 3%.
O parlamentar pontuou que ainda não tem conhecimento sobre quanto o Estado já teria arrecadado com essa suposta taxa, mas adiantou que, somente a empresa Capital Consig, empresa que está no “olho do furacão”, movimentou cerca de R$ 65 milhões apenas no último ano.
Se a informação de Wilson proceder, o Estado teria arrecadado o montante de R$ 5,07 milhões apenas no último ano com a empresa Capital Consig.
O deputado pontuou que apresentará um projeto de lei proibindo essa prática, de o Estado cobrar taxas sobre os empréstimos consignados dos servidores públicos.
Santos, porém, ressaltou que o Estado já tomou atitudes importantes em relação ao problema dos consignados, como abrir investigação e suspender os empréstimos até que a situação seja esclarecida.
O CASO
Os empréstimos consignados são a pauta do momento na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Denúncias feitas por sindicatos apontam irregularidades na contratação desses empréstimos, com servidores tendo o desconto em folha, mesmo sem receber os devidos valores.
Além disso, também foram identificados casos em que esses funcionários públicos estão com mais da metade da renda comprometida por causa de empréstimos.
A denúncia foi apresentada na ALMT pela deputada Janaina Riva (MDB) e ganhou a adesão dos demais parlamentares.
Para debater o assunto, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) criou uma mesa técnica, com a participação do Ministério Público do Estado (MP-MT), Assembleia Legislativa e Governo do Estado. Esse grupo deverá apurar as denúncias, identificar irregularidades e propor soluções.