Junho marca a campanha de conscientização sobre a cardiopatia congênita, uma condição que afeta cerca de 1 a cada 100 bebês no Brasil e pode representar risco à vida se não for identificada precocemente. Em 12 de junho, o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita chama atenção para a importância de um acompanhamento integral, que começa ainda na gestação e deve seguir por toda a vida do paciente.
Esse modelo de atenção contínua é o que se chama de linha de cuidado — uma estratégia que envolve diferentes profissionais e fases do desenvolvimento do paciente. “É essencial garantir que o cuidado comece ainda no útero e se estenda por todas as fases, da infância à vida adulta, com acompanhamento de equipes especializadas”, destaca Claudia Pinheiro de Castro Grau, coordenadora da Ecocardiografia Fetal e Pediátrica da Maternidade São Luiz Star, da Rede D’Or.
Segundo estimativas, 80% das crianças com cardiopatia congênita precisarão de cirurgia, sendo que metade delas já no primeiro ano de vida. No entanto, o cuidado não termina na infância. Muitas dessas crianças necessitam de acompanhamento ao longo da vida, com avaliações regulares, medicações, novos procedimentos e suporte especializado em cardiologia adulta com foco em cardiopatias congênitas.
“É fundamental que esses bebês tenham acesso a uma rede estruturada, com profissionais capacitados e continuidade de atendimento. A cardiopatia congênita não termina com a cirurgia, nem na infância. O acompanhamento é vital”, reforça a especialista.
Diagnóstico precoce salva vidas
Um dos principais avanços na construção dessa linha de cuidado foi a incorporação do ecocardiograma fetal à rotina pré-natal. Desde 2023, o exame passou a ser obrigatório pelo Ministério da Saúde em todas as gestantes. Trata-se de uma ultrassonografia especializada que avalia o coração do feto ainda no útero, capaz de detectar malformações cardíacas e permitir o preparo da equipe médica antes mesmo do nascimento.
“O ecocardiograma fetal possibilita o planejamento do parto em locais com a estrutura necessária, como UTI neonatal, cardiologistas pediátricos e cirurgiões cardíacos prontos para agir imediatamente nos casos mais graves”, explica a médica. “Esse cuidado especializado faz toda a diferença, principalmente nos casos que exigem intervenção cirúrgica logo após o nascimento”, complementa.
Além de melhorar o prognóstico, o diagnóstico durante a gestação oferece apoio emocional às famílias e reduz riscos durante o parto. “A notícia de uma cardiopatia pode ser difícil, mas quando recebida com acolhimento e um plano de cuidado bem definido, dá tranquilidade aos pais e aumenta as chances de sucesso no tratamento do bebê”, completa.
Evento reforça papel dos obstetras
Em alusão à data, a Maternidade São Luiz Star promoveu, na última quinta-feira (5), um encontro exclusivo com obstetras para reforçar a importância da linha de cuidado integral. Durante o evento, foram abordadas tanto as cardiopatias graves, que exigem intervenções imediatas após o nascimento, quanto as formas mais leves, que demandam apenas acompanhamento especializado e orientação adequada aos profissionais de saúde.
A Maternidade São Luiz Star, da Rede D’Or, é referência nesse tipo de atendimento, unindo tecnologia de ponta, equipe multidisciplinar e estrutura especializada para acolher gestantes e bebês com segurança. A unidade oferece desde o ecocardiograma fetal até o acompanhamento pós-parto, com cardiologistas pediátricos, intervencionistas e cirurgiões experientes.
“Neste mês de conscientização, a principal mensagem é: diagnosticar cedo, planejar com cuidado e garantir acompanhamento contínuo são as chaves para salvar vidas e oferecer qualidade de vida aos pacientes com cardiopatia congênita”, conclui a especialista.