Uma aluna do curso de Veterinária da Universidade de Cuiabá (Unic) denunciou que está sendo impedida de assistir às aulas pois não pode levar seu filho de colo para a sala de aula. Segundo a estudante, o coordenador do curso teria dito às alunas que são mães para trancarem o curso se não tiverem com quem deixar seus bebês.
O coordenador teria argumentado que a decisão atende às reclamações de outros alunos, que dizem que as crianças estão tirando a concentração durante a aula, principalmente de quem possuem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Colegas de classe da aluna, que pediu para não ser identificada, rebateram a ordem do coordenador, pois não foi apresentado nenhum documento para comprovar que a faculdade proíbe a presença de crianças em sala de aula.
“Pedimos soluções como, por exemplo, abonar a falta. Ele disse que não teria como atender nenhuma solução, que é o coordenador e que sua palavra é soberana e não tinha quem derrubasse. As soluções que ele deu foram: a mãe arranje alguém para ficar com a criança do lado de fora da sala de aula, para caso a criança tiver que amamentar, ou se não tiver quem cuide da criança, que tranque o curso”, contou a estudante.
Apesar da proibição, muitas alunas mães estariam levando seus filhos para a sala de aula. Elas contam até mesmo com o apoio dos professores, que são contrários à proibição imposta pela coordenação de curso. Entretanto, nesta quarta-feira, 14 de agosto, um dos professores teria pedido para que uma aluna se retirasse da sala, alegando que “era funcionário e cumpria ordens”.
Ainda segundo a estudante, o coordenador de curso teria mudado de versão após a situação ter sido exposta na mídia. Agora, alega que a proibição busca garantir a segurança da criança.
“Ele falou que não quer me prejudicar [...] que é questão de segurança da criança, porque vai coloca-la em risco. Mas, no começo, era por conta de reclamações de alunos”, contestou.
A reportagem procurou a assessoria da Unic, mas não houve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.