Moradores da comunidade João Carro, em Chapada dos Guimarães, denunciam o abandono da unidade de saúde local, interditada no último dia 25 de abril, após sucessivos alagamentos e infiltrações. O fechamento deixou a população sem atendimento médico e, até agora, segundo os moradores, nenhuma solução definitiva foi apresentada pela prefeitura.
De acordo com relatos, os problemas estruturais no PSF vinham se arrastando há algum tempo, agravados pelas chuvas na região. Além da unidade de saúde, moradores também enfrentam estradas em más condições e dizem que a prefeitura conta com apenas uma máquina para atender todas as comunidades rurais, enquanto as demais estariam quebradas há semanas. “Se a gente não cobrar, nada acontece”, afirmou um morador que preferiu não ser identificado.
A situação já havia sido alvo de denúncias por parte de vereadores da cidade, que alertaram para o perigo que o posto representava à saúde de quem trabalha e busca atendimento no local.
Em resposta, o prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (União Brasil), confirmou à reportagem que a unidade de saúde do João Carro foi interditada por causa das infiltrações agravadas pelas chuvas. Ele afirmou que o atendimento está sendo realizado provisoriamente em um imóvel locado a poucos metros do PSF e que uma empresa foi mobilizada há dois dias para iniciar as obras de reforma da unidade, bem como a conclusão da quadra poliesportiva da comunidade.
Para melhorar o transporte de pacientes, a Prefeitura planeja a recuperação do pavimento asfáltico e aguarda apenas a homologação da licitação para dar início ao asfaltamento da Vila João Carro. Além disso, foi adquirida uma ambulância específica para atender à região.
O prefeito também justificou que, desde o início de sua gestão em 2021, o município enfrentou uma condição atípica por conta da pandemia, o que forçou a priorização do salvamento de vidas em detrimento da infraestrutura. Segundo ele, as unidades de saúde já estavam em condições precárias quando assumiu a gestão, e a maior parte dos recursos foi destinada ao custeio de atendimentos, aquisição de ambulâncias, equipamentos para UPA e transporte de pacientes, inclusive para hemodiálise. Naquele ano, a arrecadação saltou de R$ 68 milhões para R$ 100 milhões, dos quais R$ 37 milhões foram investidos na saúde.
Mesmo com o orçamento apertado, Froner destaca que a gestão tem avançado em diversas reformas das unidades de saúde e busca apoio por meio de emendas parlamentares para superar as dificuldades orçamentárias e melhorar as condições dos prédios, especialmente na zona rural.
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