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Economia Domingo, 14 de Março de 2021, 12:07 - A | A

Domingo, 14 de Março de 2021, 12h:07 - A | A

EM 2021

Páscoa ‘estica’ e gera expectativa de alta nas vendas

Priscilla Silva

A Páscoa de 2021 será uma das mais longas para o comércio varejista e atacadista brasileiro. Na segunda semana do mês de janeiro, os tradicionais ovos de Páscoa e artigos festivos da época, já eram encontrados em alguns estabelecimentos, quase três meses antes do dia oficial, 4 de abril. A antecipação é uma das estratégias de mercado para alavancar as vendas dos produtos, em mais um ano em que o comércio lida com restrição por conta da pandemia de covid-19.

"Em 2020 fomos pegos de surpresa com a chegada da pandemia e do isolamento social bem próximos da Páscoa. Esse ano o setor se preparou para as vendas em período mais remoto, e conta com uma força maior do e-commerce (comércio eletrônico) que ganhou mais clientes durante a pandemia”, lembrou Marcio Milan, vice-presidente Institucional e Administrativo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Com mais tempo para as vendas, o setor supermercadista prevê um crescimento de até 15% a mais que 2020. O levantamento foi realizado pelo departamento de economia e pesquisa Abras, divulgado nesta semana.

O e-commerce será a principal ferramenta de vendas nesta Páscoa. A previsão tem por base os resultados do ano passado. “O brasileiro está cada vez mais acostumado com o e-commerce, um comportamento que tem sido reforçado durante todo esse período de pandemia. Se antes as pessoas procuravam mais por itens de maior tíquete médio, hoje procuram por produtos capazes de atender à sua rotina. Os resultados da Páscoa só reforçam essa tendência”, destacou André Dias, diretor executivo da Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce.

Apesar das restrições e fechamento do comércio do ano passado, as compras on-line dos produtos mais consumidos na Páscoa representaram mais de 77% das vendas de última hora, conforme foi apontado em levantamento feito pela Compre&Confie.

“Isoladamente, os ovos de Páscoa tiveram aumento de 501% no número de pedidos realizados, o que se traduziu em incremento de 685% no faturamento atingido pela categoria. Os brasileiros, inclusive, gastaram 31% a mais com cada compra feita dentro do segmento este ano”, afirmou André Dias.

EXPECTATIVAS DE VENDAS: Conforme a pesquisa sobre as perspectivas de vendas na Páscoa realizada pela Abras, dentre os produtos de devem ser mais procurados no período estão os itens de menor valor. Os estabelecimentos acreditam ter aumento no volume de vendas para itens como: a caixa de bombom (12,9%), barras, tabletes, dentre outros (11,8%) e ovos de Páscoa até 200 gramas, com crescimento nas vendas de 9,4%.

Já em relação às refeições do domingo, em que tradicionalmente é consumida a carne de pescado, os mercados acreditam que as maiores saídas de vendas estarão em pescados, com volumes de até 13% para peixes e 12,1% para o bacalhau.

Empresária prevê alta de 30%
A Páscoa deste ano é esperada com otimismo por Thayná Alves, que há três anos assumiu a direção de uma das tradicionais doceria e confeitaria de Cuiabá. A empresária estima que neste ano consiga superar cerca de 30% o volume das vendas ante 2020. Como uma das sobreviventes do caos econômico criado pela pandemia, a proprietária da doceria e confeitaria investiu na criação de produtos para a Páscoa 2021.

“Esperamos um aumento equivalente a pelo menos 30% nas vendas, em relação ao ano passado. Estamos nos preparando, sempre com otimismo, apesar de saber a crise que o país está passando neste último ano. Estou cada vez mais focada e me preparando para enfrentar mais uma vez essa crise que vem acontecendo e que não sabemos quando irá passar. Mas com fé em Deus tudo irá normalizar”, afirma Thayná Alves, proprietária da doceria e confeitaria Brigadeli.

Os preços para a linha de doces criados especialmente para a data devem varia entre R$ 59,90 a R$ 110,00, segundo a empresária. Dentre os produtos estão: chocolates e doces feitos de forma artesanal. A confecção, com novidades de sabores, além dos tradicionais, será mantida para este ano, apesar do aumento do custo da produção. “Tive aumento de todas as matérias-primas – insumos e embalagens. Tem item que chegou a dobrar de valor e outros aumentaram 50%, mais nada abaixo de 50%”, desabafa Thayná.

Devido a mais um período de restrições, por causa da pandemia, a empresa investiu no delivery. “Desde o ano passado, tivemos uma queda brusca nos eventos, aniversários e casamentos, porém tivemos um aumento considerável nas vendas com delivery. Como é um ramo que estamos nos adaptando, não sei falar um percentual exato, mas o fato é que perdemos todas as vendas dos eventos e tivemos que nos reinventar trabalhando com delivery”, explica a empresária.

Chocolate bem amargo
O aumento nos preços dos chocolates e dos produtos mais vendidos nesta data acompanha a tendência de altas em todos os setores da economia. Da indústria ao varejo, a pandemia gerou aumento no custo de produção e escassez de matéria-prima. Além disso, como no caso das indústrias, ocorreu a redução no volume de produção para respeitar as regras do distanciamento social entre os trabalhadores.

Dos produtos mais vendidos nas semanas que antecedem o domingo de Páscoa, as altas observadas nos preços variam conforme o item. De acordo com a pesquisa da associação dos supermercadistas, os preços subiram cerca de 12,9% para a caixa de bombom, seguido de barras, tabletes, entre outros com 11,8%. Já os ovos de Páscoa apresentam alta de até 11% nos preços.

Apesar de itens como os vinhos importados e o bacalhau – que por influência do câmbio ficaram mais caros cerca de em 15,3% e 15,6%, respectivamente – também devem ter aumento na procura nesta época.

A expectativa do setor é de crescimento no volume de vendas de 13,8% para vinhos importados, 12,9% para cervejas e 13,4% para azeite.

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