A psicultura de Mato Grosso já foi a maior do Brasil, mas perdeu espaço no mercado nos últimos anos. Em busca da glória perdida, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) realizou um diagnóstico da cadeia produtiva e dos cenários possíveis para desenvolvimento do setor nos próximos anos. A conclusão é animadora: Mato Grosso tem potencial de expansão e um mercado promissor.
Mato Grosso hoje ocupa a 5ª posição como maior produtor de peixe do Brasil, com cerca de 34 mil toneladas produzidas em 2019. No entanto, seis anos antes o estado ocupava a 1ª posição no ranking nacional, com 75 mil toneladas de peixes, mais que o dobro da produção atual.
Coordenador do Observatório do Agronegócio da Sedec, Sergio Leal aponta que Mato Grosso tem condições para crescer e voltar a ser o primeiro no ranking de produtores, mas para isso precisa investir na profissionalização da aquicultura.
“Isso ocorre pelo fato de que apesar de Mato Grosso ter 98,58% dos municípios produzindo pescado, cerca de 139 municípios, dos 141, muitos ainda produzem forma artesanal e não empresarial e isso faz com que a média produtiva do pescado vá para baixo”, explicou.
Mato Grosso conta com 24 plantas frigoríficas de pescados em operação, das quais cinco possuem o Serviço de Inspeção Federal (SIF) e oito possuem o Serviço de Inspeção Estadual (SISE). Contudo, a maioria delas trabalha com capacidade ociosa, por falta de integração com o setor produtivo.
A equipe da Sedec agora trabalha para mudar essa situação e estuda alternativas de políticas públicas que ajudem a organizar a cadeia e estimular novos investimentos. Uma das cartas que está sobre a mesa é o investimento de 2 milhões para a melhoria do setor, em ações como abertura de tanques, ampliação de frigoríficos e qualificação profissional. Esse recurso já está sendo aplicado pelo Desenvolve MT, como parte do programa ‘Mais MT’.
O diretor técnico do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Renan Tomazele, diz que o órgão também está investindo em novas tecnologias para dar mais agilidade e melhorar produtividade do setor, com pesquisas em melhoramento genético e mapeamento das espécies nativas.
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Outra iniciativa do Indea é o cadastramento dos piscicultores de Mato Grosso, para ampliar o processo de certificação da produção estadual.
“Dessa maneira o Indea levanta as propriedades piscicultoras, conseguindo desenhar o perfil da atividade dentro do estado. Estamos trabalhando para contribuir com a cadeia dos peixes através de certificação do que é produzido de forma simplificada e eficiente”, pontuou.
Atualmente, os peixes mais cultivados no estado são os ‘redondos’, grupo formado pelas espécies pacu, tambacu e tambatinga, que correspondem a 62% da produção do estado. O tambaqui representa 13% e os bagres de couro, formados pelo pintado e surubim ficam com 15% do mercado.