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Economia Sexta-feira, 09 de Setembro de 2022, 10:55 - A | A

Sexta-feira, 09 de Setembro de 2022, 10h:55 - A | A

CRISE DOS COMBUSTÍVEIS

Risco de recessão derruba preço do petróleo a patamares pré-guerra

Da Redação

O preço do barril do petróleo despencou nessa semana e já é comercializado abaixo de 90 dólares, algo que não ocorria desde o começo do mês de fevereiro deste ano, antes do início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Às 11 horas dessa quinta-feira (8), o barril de petróleo Brent, usado como referência de preços no mercado internacional, era negociado em US$ 88,90.

A avaliação do diretor-executivo do Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (SindiPetróleo), Nelson Soares Júnior, é que o risco de recessão global tem indicado uma redução no consumo de combustíveis. Além disso, há o aumento da taxa de juros na Europa, o que também contribuiu para essa sensação de redução da atividade econômica.

 

Ademais, os duros lockdowns impostos na China para supostamente controlar surtos de covid-19 reforçam o cenário de redução de demanda do petróleo, o que pressiona os preços para baixo. Apesar da queda significativa, Nelson afirma que o mercado está extremamente volátil, o que impede os atores do setor de traçar um cenário para o futuro.

“Está todo mundo com medo de recessão, mas ainda oscila muito. Hoje, por exemplo, já está subindo. Não tem como prever, o mercado está extremamente volátil”, afirma o especialista do setor, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.

Já em relação aos preços nos postos de combustíveis no Brasil, Nelson destaca que não é possível prever quedas no preço do diesel, pois há uma grande demanda da comunidade europeia pelo derivado do petróleo, já que precisam substituir o gás russo para aquecer as residências durante o inverno, que começa no final deste ano.

Enquanto isso, os demais combustíveis, como a gasolina e o etanol, seguem apresentando sucessivas quedas recentemente.

“Devagarzinho está caindo, mas tem um problema de energia no mundo inteiro. Muita gente usando o diesel em substituição ao gás, a gente não consegue diminuir o diesel. Já a gasolina provavelmente vai ter queda”, diz Nelson.

O relatório desta quinta-feira (8) do Preço de Paridade de Importação (PPI) da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) mostra que a gasolina comprada de fornecedores internacionais está entre 23 e 61 centavos mais barata que o combustível produzido pela Petrobras. Portanto, o cenário é favorável à importação do combustível derivado de petróleo.

Já o diesel opera com uma defasagem bem menor. O combustível importado está entre 5 e 15 centavo mais barato que o produzido pela Petrobras, a depender do porto de operação.

O setor ainda não consegue prever nenhum movimento de queda ou de alta. Porém, a expectativa é que quaisquer reduções no preço da gasolina também afetem o preço do etanol, já que o biocombustível precisa manter uma relação de 70% do preço da gasolina para manter a competitividade.

“Está bem mais atenuado o aumento que esteve, principalmente no etanol. Mas, o etanol eu acho que encontrou o ponto de equilíbrio dele, não cai mais não, só se a gasolina cair”, avalia Nelson.

 
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