Depois de registrar atrasos por falta de umidade, perdas e replantio, a semeadura da safra 2020/21 foi finalizada em Mato Grosso no dia 11 de dezembro. A conclusão dessa primeira fase causa um certo alívio ao sojicultor, mas as preocupações persistem. Além de manter sua atenção ao clima – que dá as cartas durante toda a temporada –, o risco de perdas é maior para o agricultor que escolheu o algodão para a segunda safra.
O ano, marcado pela pandemia, também será lembrado por momentos de apreensão nos campos de Mato Grosso. O clima também se mostrou desfavorável já no início da temporada da soja 2020/21. A falta de umidade atrasou o começo da semeadura e as irregularidades das chuvas perduraram até o fim dessa fase.
“O início da janela de semeadura da safra 20/21 no estado começou com umidade do solo abaixo do normal. A consequência disso foi que os sojicultores aguardaram uma melhora nas condições climáticas para dar início aos trabalhos, atrasando a semeadura. Porém, muitos produtores que planejavam cultivar algodão 2ª safra arriscaram semear a oleaginosa no pó”, diz o boletim do Imea.
Na tentativa de evitar um atraso no algodão segunda safra, alguns agricultores que assumiram o risco contabilizaram prejuízos. O baixo nível de chuvas perdurou até o início de dezembro e fez com a área de 10,30 milhões de hectares previstos para o cultivo neste ano, 2,51% dela precisassem ser replantadas. Além dos gastos extras para refazer os trabalhos, o produtor contabiliza perdas na produtividade dessas áreas.
Já para os demais agricultores, o ápice do plantio ocorreu na segunda quinzena de outubro, período em que aproximadamente 6 milhões de hectares foram semeados, avanço, que segundo o Imea foi considerado um recorde para o estado.
Com a finalização os percalços da semeadura, a expectativa agora é que se tenha melhora nas condições climáticas para o desenvolvimento da planta. “A boa notícia é que as chuvas esperadas até o final do ano estão próximas da média histórica e podem auxiliar na melhora das condições da cultura”, afirma o instituto.
A estimativa do Imea para esta temporada é de uma produção de 35,49 milhões de toneladas. De acordo com o último levantamento da safra 2020/21 divulgado, a estimativa continua projetada acima da temporada 2019/20 (+0,24%).
ALGODÃO 2ª SAFRA
A estimativa da oferta da pluma de algodão em Mato Grosso para 2020 é de queda, segundo o último boletim da oferta e demanda divulgado pelo Imea, no dia 11 deste mês.
Para 2020, aguarda-se uma oferta de 1,85 milhão de toneladas da pluma, sendo um recuou de 17,10% em relação à safra 2019/20. Essa retração na oferta, conforme o Imea, é motivada pela redução na intenção de área e produtividade para a safra.
Depois do atraso na primeira safra, as incertezas quanto à semeadura da segunda safra prevaleceram para manutenção das estimativas da safra 2020/21 de algodão. Estima-se uma redução de 10,60% na área, sendo semeado 1,01 milhão de hectares.
Já quanto à exportação da pluma, por enquanto, a projeção para a safra futura foi mantida em 1,24 milhão de toneladas, queda de 21,37% em relação à safra anterior. Porém, ainda há o receio de que essa redução possa ser maior, pois são incertas as perspectivas quanto a demanda pela pluma no exterior, devido ao avanço da segunda onda da Covid-19.