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Opinião Quarta-feira, 19 de Maio de 2021, 11:26 - A | A

Quarta-feira, 19 de Maio de 2021, 11h:26 - A | A

EDITORIAL - 19/05/2021

A caminho da industrialização

Nem só de agronegócio vive Mato Grosso. A participação da indústria do estado na economia brasileira quase dobrou em 10 anos, saltando de 0,87% em 2008 para 1,45% em 2018. O dado consta em levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que compara o desempenho da indústria brasileira na última década. Em termos gerais, a pesquisa mostra uma tendência de descentralização da indústria nacional, outrora concentrada na região Sudeste do país.

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Com a redução da participação do Sudeste, houve aumento em todas as demais regiões. Os maiores destaques são as regiões Sul e Nordeste, que absorveram a maior parte do espaço deixado pelos ‘sudestinos’. Enquanto o Sudeste recuou -7,66 na participação do PIB industrial brasileiro, o Sul cresceu 2,46% e o Nordeste subiu 2,06%. O Centro-Oeste foi a região que menos cresceu, na faixa de 1,48%, atrás ainda da região norte, que registrou alta de 1,66%.

Apesar de estar na região que menos cresceu, Mato Grosso despontou. Na comparação nacional, a indústria mato-grossense foi a 7ª que mais cresceu. Contudo, manteve a 15ª colocação no ranking nacional. Acabamos superados pelo ‘irmão do Sul’, Mato Grosso do Sul, que cresceu muito mais período, saindo da 19ª posição em 2008 para a 14ª colocação em 2018, o quinto estado que mais cresceu neste período.

Em Mato Grosso, a indústria que mais cresceu foi a da construção. Foi o quarto estado com maior crescimento na década, representando 2,19% do PIB nacional do setor. Com isso, Mato Grosso passa a ser o 12º colocado no ranking nacional do setor da construção. Em segundo lugar vem a indústria extrativista, que mais do que dobrou sua participação no resultado nacional durante a última década. Os serviços industriais de utilidade pública também cresceram de forma impressionante, mais do que dobrando sua participação na economia nacional. Já o crescimento da indústria de transformação foi mais tímido, com menos de 50% de alta. Ainda assim, foi o sétimo estado que mais cresceu neste setor.

Os números mostram que estamos avançando na verticalização de nossa produção, mas ainda há ‘muito chão’ para percorrer antes de ‘cantar vitória’. É preciso ressaltar também que o levantamento da CNI não incorpora os investimentos recentes nas indústrias de biocombustíveis e celulose, que têm crescido de forma exponencial em Mato Grosso. A tendência é que o estado continue crescendo nos próximos anos, pois temos potencial suficiente para isso.

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