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Opinião Sexta-feira, 16 de Abril de 2021, 11:20 - A | A

Sexta-feira, 16 de Abril de 2021, 11h:20 - A | A

EDITORIAL - 16/04/2021

Na contramão

Da Editoria

A atividade industrial no Brasil mantém sua trajetória de paralisação, mas Mato Grosso se descolou da tendência nacional, aparecendo com o melhor resultado nas 15 localidades analisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional). Enquanto a média nacional de produção física apresentou queda de -0,7% em fevereiro na comparação com o mês anterior, Mato Grosso registrou aumento de 7,3%, uma verdadeira volta por cima após a queda de -1,3% em janeiro. No apanhado do trimestre, o estado se manteve na primeira colocação, com crescimento de 3,3%.

Ainda assim, é importante destacar que não se trata de um crescimento real. A indústria mato-grossense apenas começou a recuperar o prejuízo acumulado durante os últimos 12 meses. Com o crescimento de 7,3% em fevereiro, o resultado acumulado dos últimos 12 meses caiu para -6,3% na comparação com o período anterior. Portanto, ainda existe um longe caminho a ser percorrido antes de se falar na tão sonhada retomada do crescimento.

Importante destacar ainda que no período analisado pelo IBGE, Mato Grosso ainda vivia a escalada de casos que culminou na pior fase da pandemia, iniciada em março. Ou seja, os resultados ainda não mostram como as medidas restritivas adotadas durante o mês de março impactaram a produtividade da indústria mato-grossense. Espera-se uma redução pouco significativa, já que as indústrias foram poupadas nos sucessivos decretos estaduais, que estabeleceram claramente uma exceção para o funcionamento das fábricas em qualquer dia e horário, ao passo que o comércio se viu obrigado a obedecer ao toque de recolher e, posteriormente, a quarentena obrigatória.

Os dados corroboram algo que temos dito há muito. A pandemia trouxe problemas econômicos graves para todo o mundo, mas Mato Grosso tem bases sólidas para enfrentar esse período sem mergulhar no caos social hoje enfrentado no restante do país. Prova disso é o descompasso entre a taxa de desemprego mato-grossense, hoje em 10%, quando comparada à nacional, na faixa de 14,3%. Não são motivos para comemorar, mas sim para ter esperança de que dias melhores virão, quando finalmente conseguirmos virar essa terrível página da história.

Para realmente deslanchar, precisamos da vacina. Só com a imunização da população é que conseguiremos, enfim, retomar a trajetória de crescimento e trazer os milhares de desempregados de volta ao trabalho.

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