O prefeito Abílio Brunini (PL) afirmou que vai avaliar a possibilidade de prorrogar o pagamento de auxílio financeiro aos catadores de materiais recicláveis do antigo lixão de Cuiabá. Os trabalhadores estiveram no Legislativo para pedir apoio diante da situação de vulnerabilidade social que enfrentam desde o fim dos repasses, em março deste ano.
O auxílio fazia parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público, como medida compensatória pela desativação do lixão em 2022. Os beneficiários recebiam um salário mínimo há dois anos, com o objetivo de garantir renda até a implementação de uma cooperativa de coleta seletiva, o que ainda não ocorreu.
Em entrevista após o encontro, Abílio evitou se comprometer com a continuidade imediata do pagamento. “Eu não vou sair dessa reunião falando que vou postergar o auxílio. Saio daqui dizendo que vou avaliar as medidas do TAC, os prazos de cumprimento e saber quais medidas podem ser feitas”, declarou o gestor.
O prefeito reconheceu que parte dos trabalhadores pede a extensão do benefício, mas ponderou que o auxílio foi mantido por um período atípico. “Dois anos de pagamento de auxílio, nenhum tipo de seguro-desemprego no mundo tem dois anos”, comparou o gestor.
Abilio disse que vai conversar com o secretário de Planejamento, Marcelo Bussiki, e analisar os termos do TAC para entender o que ainda pode ser feito, bem como a possibilidade de estender o pagamento. “Tem que avaliar a situação, porque só montar a cooperativa não resolve. Falta plano de negócios, organização, local, maquinário. Não é tão simples assim”, concluiu.
A vereadora Maysa Leão explicou que os catadores prestaram um serviço essencial para Cuiabá por cerca de 30 anos e que agora estão sem renda, correndo riscos de serem despejados e, inclusive, passando fome. Ela solicitou à Prefeitura a criação de um novo comitê interseccional para discutir o problema.
“Durante 30 anos, eles prestaram um serviço essencial, evitando que toneladas de lixo chegassem ao Rio Cuiabá e aos nossos córregos. Agora estão sem emprego, sem cooperativa e sem acesso ao trabalho. A Prefeitura tinha o compromisso de entregar esse espaço de trabalho, mas não cumpriu”, disse.
