O deputado federal Nelson Barbudo confirmou que pretende deixar o Partido Social Liberal (PSL) para se filiar ao Democratas (DEM), atendendo a um convite feito pelo senador Jayme Campos. Em conversa com jornalistas na última sexta-feira (8), Barbudo revelou que vem mantendo conversas neste sentido desde o ano passado e que tem expectativa de realizar a mudança ainda neste mês de janeiro.
Apesar da intenção, Barbudo ainda precisa de um aval da liderança do PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018 como o mais votado no estado, ou poderá perder o cargo por infidelidade partidária. Ciente do risco, o deputado já pediu uma carta de liberação.
“Estamos analisando, fui convidado pelo senador Jayme Campos e eu estou avaliando junto ao PSL para que eles me deem a carta de liberação. Se eles me derem, o que deve acontecer no final do mês, eu muito provavelmente devo migrar para o DEM”, disse.
Segundo o deputado, a mudança para o DEM é uma tentativa de sobreviver politicamente, já que o presidente Jair Bolsonaro deixou o partido e hoje não está filiado a nenhuma sigla. Barbudo garante que não pediu cargos ou benesses para migrar para o DEM, partido ao qual foi filiado por mais de 20 anos.
Barbudo pretendia se filiar ao “Aliança pelo Brasil”, partido que Bolsonaro tenta criar, mas vê que o projeto do presidente corre risco de naufragar, pois não conseguiu o número mínimo de assinaturas para conseguir o registro na Justiça Eleitoral.
“Sobre cargos eu não faço exigência nenhuma, não tenho nenhum cargo em Mato Grosso, nem no governo, nunca pedi. Minha missão é política, não empregatícia. Portanto, minha ida para o DEM é simplesmente para poder ter minha sobrevivência política, porque o presidente Bolsonaro está sem partido e nós precisamos ir nos acomodando para um possível pleito em 2022”, explicou.
Caso não consiga a carta de liberação do PSL, Barbudo terá que aguardar a janela partidária que se abrirá seis meses antes da eleição para realizar a troca.
ATRITOS – Apesar de estar disposto a migrar para o DEM, Nelson Barbudo tem realizado críticas constantes contra a maior liderança da sigla na Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia, atual presidente da Casa. Em conversa com a imprensa, Barbudo voltou a repetir as críticas, defendendo a candidatura de Arthur Lira (PP) como presidente da Câmara.
Lira é apoiado por Bolsonaro e enfrentará a chapa encabeçada por Baleia Rossi (MDB), que tem o apoio de Maia.
“A transparência dele e a lisura com que vocês ouviram ele expor a maneira com que ele vai administrar a Câmara é que nos motiva a votar nele, porque o passado agora, os dois anos que se passaram, nós não conseguimos trabalhar com as nossas agendas, em função de uma maneira que o presidente agia ideologicamente, falando com os grupos, e não deixava a gente ter acesso às comissões e às relatorias”, concluiu.
