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Política Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2021, 10:42 - A | A

Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2021, 10h:42 - A | A

PODE SER CASSADO

Conselho de Ética acolhe denúncia contra deputado que debochou de racismo

Volney Albano | Assessoria de Imprensa

Por 11 votos a 06, o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer pela admissibilidade de representação por quebra de decoro contra o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). A deputada federal Professora Rosa Neide (PT-MT) votou pela admissibilidade. A representação contra o deputado foi apresentada ao Conselho, pelo Partido dos Trabalhadores, pelo ataque do parlamentar a uma exposição realizada no dia 19 de novembro de 2019, na Câmara, sobre o mês da Consciência Negra.

Na ocasião, Coronel Tadeu quebrou uma tela do chargista Carlos Latuff, que denunciava a violência policial contra cidadãos negros e negras no País. Insatisfeito com o conteúdo da tela, o deputado foi ao lançamento da exposição e em meio aos parlamentares vandalizou o quadro.

A atitude do deputado bolsonarista gerou forte reação de parlamentares e dos movimentos de luta pela igualdade racial. No momento em que o parlamentar quebrou o quadro, deputados da oposição se revoltaram. Tadeu foi cercado pelos parlamentares, mas deixou o local antes da chegada da polícia legislativa.

Em discurso no Conselho de Ética pela admissibilidade da representação, a deputada Professora Rosa Neide, disse que a atitude do Coronel Tadeu agrediu o regimento interno da casa. “Fomos eleitos para sermos referência. Precisamos dar bons exemplos. Eu estava presente quando o Coronel se atirou sobre a tela na comemoração do 20 de novembro”, disse a deputada.

“A tela era de um artista que retratava parte do que o Brasil tem de preconceito e de racismo, das dores do povo negro. Nenhum parlamentar tem o direito de avançar sobre uma obra pública e destruir. Não viemos para esta Casa para estarmos acima da lei e sim para respeitar a lei. O parlamentar agrediu a legislação”, afirmou.

Com a admissibilidade do processo, o deputado do PSL responderá no Conselho por quebra de decoro parlamentar o que poderá resultar na cassação do mandato.

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