O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) teme que as medidas anunciadas pelo governo estadual para amenizar a crise do setor de bares, restaurantes e eventos, cause um endividamento em massa dos empresários após algum tempo. Em entrevista nesta terça-feira (16), ele destacou que essas empresas ainda têm um futuro incerto por causa da pandemia e podem não ter condições de pagar os empréstimos contraídos.
De acordo com o deputado, a solução do governo do Estado não vai resolver o problema. Ele avalia que o dinheiro do empréstimo apenas dará um fôlego temporário aos empresários, que pode trazer ‘dor de cabeça’ no futuro.
Como exemplo, citou as medidas similares adotadas pelo governo federal em abril de 2020. Na ocasião, os empresários contraíram empréstimos para aliviar a crise. Agora que essas dívidas começam a vencer, muitos empresários ainda não têm condições de cumprir com os pagamentos, principalmente pela nova onda de medidas restritivas.
“Tenho a convicção de que isso vai acontecer lá na frente. Na realidade, o ideal neste momento era ter uma forma de, como está dando para as pessoas os recursos, também dar para as empresas [...]. Você não pode trabalhar, é um decreto para salvar vidas, o certo era o governo vir e pagar a folha de pagamento. Esse seria o ideal. O governo não tem como fazer isso nesse momento, não tem forma”, disse o parlamentar, em entrevista ao jornal da CBN.
Avallone ainda pediu calma aos empresários na aquisição do empréstimo, para que essa dívida não se torne um problema no futuro. Ele destaca que será preciso montar uma estratégia, uma securitização da dívida ou outra forma de sanar esse problema durante a pandemia.
O AUXÍLIO
Na última semana, o governador Mauro Mendes (DEM) disponibilizou R$ 55 milhões em linhas de crédito para que o segmento tenha uma ‘oxigenada’ no caixa, aliviando as perdas do período de pandemia.
A medida atende principalmente o setor de bares, restaurantes e eventos, os mais prejudicados pelas medidas restritivas decretadas para conter o avanço do novo coronavírus, devido à proibição de aglomerações e à obrigação de fechar as portas às 19h.