O governador Mauro Mendes (União) lamentou as suspeitas de corrupção, que levaram ao afastamento dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), na Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Judiciária Civil (PJC), nesta terça-feira (29). Mendes ainda afirmou as investigações têm que acontecer, “doa a quem doer”. Ele conversou com a imprensa nesta quarta-feira (30.04).
“Toda vez que acontece uma operação, eu lamento porque continuam acontecendo problemas de desvios. Parabenizo as forças de segurança, Polícia Civil que está investigando, doa a quem doer, tem que investigar. Que seja garantido a todos o direito de defesa, mas é papel da polícia investigar, é papel do judiciário recepcionar essas investigações”, falou o governador.
Os vereadores são suspeitos de terem solicitado propina, para aprovar uma lei que permitiu ao município realizar pagamentos à empresa HB20 Contruções, responsável pelas obras do Contorno Leste.
As buscas ocorreram em Cuiabá, com foco nos gabinetes dos vereadores e no sistema de câmeras da própria Câmara Municipal, onde parte das negociações ilícitas teriam ocorrido. Além dos dois parlamentares — que foram afastados do mandato por determinação judicial — também são investigados um empresário e dois funcionários da empresa envolvida nas obras.
A investigação começou após uma denúncia do prefeito Abilio Brunini (PL), que na época era deputado federal, apontando que os vereadores teriam exigido vantagem indevida de um funcionário da construtora para viabilizar, via aprovação legislativa, o recebimento de valores devidos pela Prefeitura em 2023. Parte da propina teria sido depositada em conta bancária indicada por um dos vereadores, enquanto outra parte teria sido paga em dinheiro, dentro de um gabinete parlamentar.
Como medidas cautelares, os envolvidos estão proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e servidores da Câmara, de acessar o Legislativo e o canteiro de obras do Contorno Leste, e também de deixar Cuiabá sem autorização judicial. Todos devem entregar seus passaportes à Justiça.