Menos de um mês após abrir os trabalhos desta nova legislação, a Câmara Municipal de Cuiabá tem sido palco rotineiro de barracos entre os vereadores. Com salários de R$ 27,7 mil - mais penduricalhos, como auxílio-saúde e verba indenizatória -, os parlamentares fazem esforço para manter a pecha de "Casa dos Horrores" do Poder Legislativo. A mudança da reputação da Câmara, inclusive, foi uma das principais promessas da vereadora Paula Calil (PL) ao assumir a presidência da Câmara Municipal. Na sessão desta terça-feora, 18 de fevereiro, os parlamentares mostraram que a realidade está bem distante dessa intenção. Em meio a gritos, bate-boca e troca de acusações, a reunião dos vereadores foi marcada pela falta de respeito.
A confusão começou quando Chico 2000 (PL) cobrou Dilemário Alencar (União), líder do prefeito Abílio Brunini (PL), para que pressionasse o Executivo a corrigir falhas no projeto que revoga a taxa de lixo. O pedido rapidamente se transformou em bate-boca, com Dilemário tentando se impor e sendo repreendido pelos colegas, que o acusaram de usar a tribuna apenas para defender o prefeito.
A sessão, que deveria ser um espaço para o debate democrático, se tornou local de interrupções, gritaria e falta de respeito mútuo. Os maiores protagonistas envolvidos nesta sessão foram Dilemário e Jeferson Siqueira (PSD).
Jeferson, vereador de oposição, e bastante conhecido pelo embate direto ao prefeito, chamou a atenção do líder do governo: “Dilemário, respeite a fala do colega! Dê exemplo, Dilemário! Dê exemplo!”.
O vereador Dilemário Alencar, por sua vez, rebateu Jeferson e disse que o vereador, de forma gratuita, atacou a honra do governo fazendo Fake News. Em meio a discussão, ele diz: “Eu estou extremamente tranquilo. Pode vir, Jeferson, do jeito que você achar”, disparou.
Jeferson também questionou se a fala do colega se tratava de uma ameaça: “Você está me ameaçando? Você está me ameaçando?”.
Dilemário negou que estivesse fazendo ameaças e disse que suas palavras eram apenas argumentos. No entanto, ele não perdeu a chance de provocar Jeferson, acusando-o de agir com dois pesos e duas medidas dependendo de quem está no comando.
"No governo do Abílio, você é um leão. No governo do Emanuel, um gatinho. Gatinho...", ironizou, insinuando que o colega não teve coragem de enfrentar a gestão passada. Ele ainda lembrou que Jeferson votou contra todas as investigações contra o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e disparou: "Toda vez que você atacar o governo, meu dever é responder!".
O episódio desta terça-feira continuou com o desrespeito.
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