As aulas presenciais na modalidade híbrida na rede particular de ensino voltaram nesta segunda-feira (01) em Cuiabá. Desde abril do ano passado, as aulas foram suspensas devido a pandemia da covid-19 e após quase um ano, os alunos retornam as salas de aula.
Para Ailton Bordin, da Escola Futura, no bairro Tijucal em Cuiabá, os alunos estão conscientes quanto os cuidados que terão que seguir dentro de sala de aula. "Em conversas que tivemos com os pais e até mesmo os alunos, é nítido que todos tem consciência do cuidado que teremos que ter ao retornarmos para as salas de aula. Todos estavam bem ansiosos", conta.
O diretor ressalta que desde o início da pandemia houve uma evasão de mais de 50% na escola. "Os pais estavam pagando a escola e dando aula para o filho. Apesar dos nossos investimentos em tecnologia para manter a qualidade no ensino, é diferente quando o professor não está ao lado do aluno. Quando o ensino precisou ser feito de casa, foi necessário o auxílio de pais ou responsáveis durante as vídeos aulas e percebemos que houve alunos prejudicados", avalia.
Segundo ele, o aprendizado caiu muito. "Tivemos evasão escolar, a falta de interesse do aluno em se dedicar aos estudos. Para se ter uma ideia, o IFMT (Instituto Federal de Mato Grosso), uma das instituições mais concorridas para entrar, onde o aluno passava o ano inteiro se dedicando por uma vaga, ano passado foi feito um sorteio, foi algo que tirou o incentivo", desabafou.
Para Gelson Menegatti, do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-MT), o convívio social dos alunos foi afetado. "A escola é o lugar onde eles precisam estar, pois é lá que ele aprende a conviver com outras pessoas, além da sua família. As escolas se organizaram para recebê-los de volta, estão preparadas e a expectativa é muito boa", disse ao Estadão Mato Grosso.
Ailton reforça que o momento de volta as salas de aula passaram da hora. "Acredito que toda a classe escolar, principalmente os alunos, foram penalizados com a suspensão das aulas presenciais. Não tem nenhuma regra para o restante, não tem índices que comprovem que o aluno está transmitindo o vírus na escola, mas o que estamos vendo todos os dias são ônibus lotados, festas o tempo todo, danceterias abertas, e a escola? fechadas", desabafou. A Escola atende em média 140 alunos do Pré ao 9º ano.
