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Economia Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2022, 10:43 - A | A

Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2022, 10h:43 - A | A

PEGOS NA HIPOCRISIA

"Europa ficou numa saia justa na COP 27", afirma presidente da Fiemt

Da Redação

O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, afirmou que a União Europeia ficou ‘numa saia justa’ durante a Conferência do Clima (COP 27), que ocorreu no início do mês de novembro, no Egito. O motivo da ‘saia justa’ é que a Europa fez muita propaganda contra a geração de energia por meio de fontes consideras ‘sujas’, como o óleo diesel e carvão, mas passou a usar essas mesmas fontes para gerar a maior parte de sua energia nos últimos meses.

“A Europa ficou numa saia justa lá, porque na COP-26, em Glasgow, em território europeu, no ano passado, todo mundo só falava que precisava de energia limpa, tinha que descarbonizar a economia, parar de gerar energia com fonte suja. A Europa vai fechar 2022 com maior consumo de carvão para usinas térmicas e fonte de energia de toda a história”, disse Gustavo, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá na terça-feira (20).

 

A razão para a Europa estar usando fontes de energia consideradas 'sujas', que pioram o quadro das mudanças climáticas, é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Após o início do conflito, em fevereiro deste ano, diversos países aplicaram sanções econômicas contra o país agressor. Como consequência, a Rússia reduziu o fornecimento de gás natural para a Europa e estabeleceu que só aceitaria pagamentos em rublos, a moeda oficial russa, o que acabou por reduzir ainda mais o número de compradores.

Além disso, houve uma sabotagem em dois gasodutos, o que impediu por completo o fornecimento de gás natural. Com a chegada do inverno no velho continente, os europeus precisaram voltar a usar carvão para gerar energia e aquecer as residências contra o frio que, em alguns países, deve ficar abaixo de 0 graus por vários meses.

Ainda de acordo com Gustavo, que esteve na Conferência no Egito, isso serviu para a Europa se “lembrar” que cerca de 800 milhões de pessoas no mundo não possuem acesso à energia elétrica, e que cerca de 1 bilhão de pessoas em todo mundo passam fome, principalmente na Ásia e na África.

Gustavo ainda cobrou uma contribuição maior dos países ricos para conter as mudanças climáticas, já que foram eles que mais se beneficiaram com a ‘carbonização’ da economia no último século.

“Não tivemos uma solução para o financiamento claro disso. Isso ficou para a próxima COP, aliás, como sempre tem ficado para a próxima Conferência do Clima. É fundamental os países se organizarem para chegar na próxima Conferência, que vai ser em Dubai, já com soluções para apresentar, com metas claras e com o desdobramento de quem vai ajudar a atingir essas metas”, concluiu.

 
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