Dois artigos publicados por representantes das forças de segurança pública de Mato Grosso reacenderam a disputa por isonomia salarial entre a Polícia Civil e a Polícia Militar. No primeiro texto, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Gláucio Castañon, defende que não há base jurídica para a equiparação e argumenta que as estruturas e atribuições das duas carreiras são distintas. Para ilustrar, comparou policiais militares a pedreiros e eletricistas da construção civil, enquanto os civis seriam engenheiros e arquitetos — uma analogia que provocou forte reação nos bastidores da PM.
A resposta veio por meio do sargento Laudicério Machado, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, que classificou a comparação como ofensiva e elitista. Em tom irônico, afirmou que os "pedreiros fardados" estão em mais de 90% das ocorrências e sustentam a segurança pública com pouco reconhecimento. O militar também rebateu a crítica apontando que a formação dos oficiais é jurídica e que muitos exercem funções técnicas e operacionais em condições extremas. Para ele, a busca por isonomia não é vaidade, mas justiça.