Alguns comércios de Buenos Aires e Córdoba, na Argentina, foram alvos de saques nesta terça-feira (22) – houve pelo menos 150 tentativas nos últimos dias.
Antes dos saques realmente acontecerem, notícias falsas nas redes sociais com imagens de saques de 22 anos atrás e ataques da década passada no Equador aumentaram o pânico e, segundo autoridades, ajudaram a provocar a onda de desestabilização.
O presidente Alberto Fernández chegou a desmentir a existência de saques. No entanto, nesta quarta-feira (23), admitiu que eram reais. Segundo o governo da província de Buenos Aires, pelo menos 94 pessoas foram detidas.
A Argentina teve várias ondas de saques nas últimas décadas:
Em 1989, durante a hiperinflação;
nos anos 1990, houve saques em pequenas cidades do interior, arruinadas com as privatizações;
e, nos anos 2020, os saques também aconteceram devido à crise econômica agravada com o maior confisco bancário da história do país.
Saques viram munição de campanha
O pano de fundo desses saques é o clima social e tenso na Argentina, embalado pela crise econômica, com 39% da população abaixo do nível da pobreza e 8% de indigentes.
A campanha eleitoral para o 1º turno das eleições presidenciais também tensiona a crise. São as mais incertas da história Argentina.
O governo peronista acusou a oposição de estar por trás dos saques. A oposição nega e afirma que os peronistas é que protagonizaram saques no passado.