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Cidades Terça-feira, 23 de Março de 2021, 10:43 - A | A

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COMBATE À COVID

Industriários dizem que antecipação de feriados não vai funcionar e propõem isolamento mais rígido

Lorena Krebs

A proposta de antecipação de feriados feita pelo governo do Estado pode não funcionar para conter o avanço da covid-19 em Mato Grosso. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, durante reunião virtual realizada na tarde de segunda-feira (22).

Gustavo destacou que Mato Grosso é um dos piores estados em questão de isolamento social, com apenas 36,9%. Segundo infectologistas, o mínimo para conter o avanço da doença é de 70% de isolamento social, mas Gustavo avalia que 55% já ajudaria a aliviar a pressão sobre o sistema de saúde em Mato Grosso.

“Não é nossa meta fazer lockdown, não é nossa meta paralisar a economia, a nossa meta é apoiar a conseguir 55% de isolamento das pessoas”, disse.

As perspectivas apresentadas durante a reunião da diretoria da Fiemt não são animadoras. Gustavo citou que o estado vive sob o risco de faltar oxigênio em 50 municípios devido a problemas na logística e fez um paralelo com a situação vivida no Amazonas.

“A experiência de Manaus, e de outros lugares do mundo, mostra que teremos 60 dias muito difíceis pela frente. Talvez 90 dias”, pontuou.

Gustavo explicou aos demais representantes da indústria presentes que esteve reunido com o governador Mauro Mendes (DEM) e com secretários e houve consenso de que o ‘superferiado’ em duas etapas não funcionaria. A proposta inicial do governador era a criação de dois feriadões, um entre os dias 24 e 26 de março e outro nos dias 1 e 2 de abril.

Tomando exemplos da antecipação de feriados no Rio de Janeiro, São Paulo e Campo Grande, Gustavo explicou que esta medida só terá sucesso, se, junto com o feriado, realmente houver isolamento social. Ele destacou que a entidade não apoia a antecipação de feriados, porque ainda não há uma comprovação e que a medida será eficiente.

Para melhorar o índice de isolamento, Gustavo orientou os industriários de Mato Grosso a incentivarem a realização do trabalho remoto e até mesmo uma escala de rodízio para o trabalho presencial, de forma a reduzir o número de pessoas circulando dentro das fábricas e no caminho para o trabalho.

“São muitas questões para equacionar e peço a todos vocês que possam pensar sobre isso” concluiu.

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