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Política Sábado, 04 de Maio de 2024, 07:26 - A | A

Sábado, 04 de Maio de 2024, 07h:26 - A | A

DIREITOS PELA METADE

Cattani diz que governo Lula dá migalhas a indígenas com demarcação de terras

Da Redação

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou que vai lutar contra a nova demarcação de terras indígenas na região do Araguaia, em Mato Grosso. Em conversa com jornalistas, Cattani afirmou que o governo Lula (PT) “dá migalhas” aos indígenas com essas demarcações, já que as terras continuam pertencendo ao governo federal e há uma série de proibições para seu uso.

Cattani ainda defendeu que os indígenas tenham direito de plantar nas terras demarcadas, praticando agricultura de larga escala.

“O indígena tem tantos milhões de hectares. Mentira, o indígena em si não tem nem um centímetro quadrado de terra, porque toda a área que é demarcada como reserva indígena, ela pertence ao governo federal. E o indígena vive naquilo das migalhas que ele oferece. [...] O que a gente puder fazer para lutar contra essas questões, nós vamos fazer. Mas, como eu disse, o nosso âmbito é estadual, então a gente tem que se ater àquilo que é a nossa competência”, explicou.

Cattani criticou especificamente a demarcação da terra indígena Kapôt Nhinore, com mais de 360 mil hectares de terras entre Mato Grosso e o Pará. A área projetada da TI deve tomar cerca de 40% do território do município de Santa Cruz do Xingu, o que tem causado grande comoção. Em dezembro passado, a Justiça Federal suspendeu o processo de demarcação

Ao comentar sobre o assunto, Cattani lembrou a convulsão social causada pela demarcação da TI Suiá Missu em 2012, devido à desapropriação de vários imóveis na região.

“Nós temos esses governos de esquerda, que quando estão no poder do nosso país, nós temos exemplos como o Suiá Missu, por exemplo, que foi um desastre ali naquela localidade. Retiraram pessoas que estavam ali há 30, 40 anos, consolidadas em suas áreas, de forma covarde e violenta. E hoje nós vemos ali uma área de terra produtiva [que está] abandonada, onde os indígenas também não podem produzir", disse.

Apesar de se posicionar contra a demarcação de terras indígenas, Cattani defendeu que os indígenas tenham o direito de produzir nas terras demarcadas. Segundo ele, o modelo atual trata os indígenas como se fossem ‘animais de estimação’.

“Querem pegar o indígena e colocar ele numa reserva de mato para ele viver de coco e carne de anta. Ou seja, como se fosse um animal de estimação. [...] Nós temos uma visão que o indígena é uma pessoa como qualquer outra pessoa, um ser humano como nós e que tem os mesmos direitos. Porque o homem branco pode produzir e o índio não pode?”, questionou.

 
 
 
 
 
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