O governo federal adiou para julho de 2026 o leilão da Ferrogrão, ferrovia estratégica de 933 quilômetros que ligará Sinop (MT) ao porto de Miritituba, em Itaituba (PA). O anúncio foi feito pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante roadshow com investidores em Nova York, nos Estados Unidos.
A nova previsão mantém a expectativa de publicação do edital em abril de 2026, mas o projeto segue travado por uma ação direta de inconstitucionalidade que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente, a Ferrogrão está suspensa por liminar concedida em 2021 pelo ministro Alexandre de Moraes, que atendeu ao pedido do PSOL, sob o argumento de que a criação da ferrovia violou normas constitucionais ambientais e de proteção às terras indígenas.
O processo está incluído na pauta do STF, mas ainda sem data para julgamento, o que impede o avanço definitivo do projeto. Além disso, os estudos de viabilidade precisam ser submetidos ao crivo do Tribunal de Contas da União (TCU).
Defendida por representantes do governo e do agronegócio, a Ferrogrão é apontada como fundamental para baratear o custo do frete de grãos que saem da principal região produtora de Mato Grosso, no Médio-Norte.
Além disso, reduzirá a dependência da BR-163 e de rotas mais longas para os portos das regiões Sul e Sudeste. O investimento previsto é de US$ 3,54 bilhões, o equivalente a R$ 20,07 bilhões.